Capítulo 5: Como uma Pérola

A beleza forjada na dor…

Dizem que as pérolas nascem de uma ferida.
Que antes do brilho, existe incômodo.
Antes da jóia, existe dor.

Uma ostra, ferida por um grão de areia,
cobre a ferida com camadas e mais camadas de resiliência
— até que da dor nasce beleza.
E foi minha mãe quem me ensinou isso:

“Você é como uma pérola. Forjada na dor.”

Essa frase sempre me acompanhou.
E talvez por isso eu tenha aprendido a ver poesia até nas minhas cicatrizes.

Recentemente, ouvi um podcast sobre as lagostas.
E aprendi que elas passam por inúmeros ciclos de desconforto.
Quando crescem, o casco fica pequeno e apertado, e elas precisam rompê-lo
— se libertar daquilo que já não serve, mesmo que doa.
E assim, repetidas vezes, trocam de casca para poder viver.

Crescer dói. Mas não crescer sufoca.

Foi aí que percebi: eu sou um pouco ostra, um pouco lagosta — e um tanto borboleta.

Sempre fui encantada pelas borboletas.
Pela coragem de quem aceita virar nada — casulo, silêncio, escuridão —
para então nascer de novo.

Mas a lagosta me ensinou que não existe só um ciclo de transformação.
Que a vida é uma sequência de renascimentos.
E que o desconforto é um sinal de crescimento, não de fracasso.

Lembro-me de quando fiquei grávida da minha primeira filha.
Sozinha, sem estrutura, sem rumo.
E meu irmão, tentando me encorajar, disse algo que nunca esqueci:

“As espadas mais resistentes e as ferramentas mais fortes são forjadas com fogo e pancadas — pra aguentar tudo que vem pela frente.”

Hoje entendo que Deus me permitiu passar pelo fogo, não pra me queimar, mas pra me forjar.
Toda vez que a vida me apertou, foi porque eu estava crescendo.
Toda vez que eu achei que estava sendo ferida, era Ele me lapidando.
Toda vez que a dor veio, era o prenúncio de uma nova casca, uma nova asa, uma nova pérola.

 Talvez a beleza não esteja no brilho final, mas no processo
no que a dor constrói em silêncio, enquanto a gente acha que está sendo destruída.

Ser pérola é isso: transformar a ferida em jóia.
E continuar trocando de casca, voando, se refazendo…
Até que um dia a dor já não doa, mas conte uma história bonita de superação.

“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória muito excelente.”
— 2 Coríntios 4:17

Reflexão Final ✨️
Talvez o brilho não venha do que a gente conquista,
mas do que a gente suporta.
Porque foi na dor que Ele me fez inteira.
E mesmo quando tudo parecia me ferir,
Deus estava me revestindo — camada por camada — até que da minha ferida nascesse beleza.

Pamela Martins

“Cada testemunho compartilhado aqui conta um pouco de mim e muito de Deus.
Espero que aquilo que um dia me feriu, sirva de cura para quem ler, e que cada palavra escrita com dor, floresça em consolo, esperança e recomeço.”

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Comentários que floresceram por aqui.

2 Comentários
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Simone Braga
1 mês atrás

Maravilhosas palavras. Você é o reflexo de força forjada no fogo. Orgulho de você!!!