“Quando o amor vira um espelho da carência — e o deserto, o lugar onde Deus realinha as expectativas.”
Sempre admirei a história de Rute
aquela mulher fiel, resiliente e que escolheu ficar,
quando tudo nela teria razão para partir.
Mas por muito tempo, o que mais me encantava na história não era a fé de Rute… era o final dela.
O Boaz — o homem que a viu, a escolheu, a honrou, e a amou como ela merecia.
E sem perceber, eu comecei a viver como quem espera um Boaz
não como quem espera em Deus.
Comecei a acreditar que alguém viria me salvar,
me cuidar, me curar, me completar.
E nessa busca incansável por ser escolhida,
fui me esquecendo de que já havia sido escolhida
por Aquele que jamais me deixaria cair.
Talvez isso tenha começado bem antes dos relacionamentos.
Talvez tenha começado na menina que buscava, no olhar do pai,
a validação que nunca sentiu ter recebido.
Meu pai sempre foi presente, mas havia lacunas.
E na juventude, eu não entendia seus silêncios, sua dureza, sua forma prática de amar.
Demorei anos — e a maternidade — pra entender que ele foi o melhor pai que ele soube ser.
Que ele também carregava feridas, limitações, histórias.
Mas enquanto eu não entendia isso,
crescia tentando preencher o buraco da aprovação em outros lugares.
Eu queria ser vista. Escolhida. Cuidada.
E mergulhei fundo em todos os amores,
como quem tenta resolver com o outro o que só Deus pode curar dentro da gente.
E cada vez que eu caía, achava que o problema era o homem errado.
Hoje vejo que o problema era a expectativa errada.
Nenhum amor humano consegue ocupar o trono que é de Deus.
Nenhum “Boaz” pode ser o Salvador
porque esse papel já está ocupado.
Foi preciso perder, chorar e quebrar a cara algumas vezes, para entender:
Antes de ser encontrada por um Boaz,
eu precisava ser restaurada pelo Pai.
Antes de viver um amor terreno,
eu precisava aprender o amor divino
aquele que não exige perfeição, apenas entrega.
Agora eu espero diferente.
Não mais como quem precisa ser salva,
mas como quem já foi redimida.
Não mais como quem busca preencher um vazio,
mas como quem foi curada nele.
E quando — e se — o Boaz chegar,
ele me encontrará inteira.
Lapidada. Acolhida. Preparada.
Não porque precise,
mas porque aprendeu a amar a partir da Fonte.
“O Senhor recompense o que você tem feito!
Que você seja ricamente recompensada pelo Senhor,
o Deus de Israel, sob cujas asas você veio buscar refúgio.”
— Rute 2:12
“Enganosa é a graça, e vã é a formosura,
mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.”
— Provérbios 31:30
“Confia no Senhor de todo o teu coração
e não te apoies no teu próprio entendimento.”
— Provérbios 3:5
Reflexão Final ✨
Às vezes, a espera não é por um amor — é por uma cura.
Deus não demora, Ele prepara.
Ele não te nega o Boaz — Ele te forma como Rute.
E quando o tempo chegar, o amor não virá como muleta, mas como colheita.
Porque o coração que aprendeu a descansar em Deus, já encontrou o amor mais fiel que existe.
Que coisa linda pode acreditar to apreendendo muito e me encontrando em cada palavra
Amém! Que o senhor continue falando ao seu coração a cada novo texto! ❤️
A cada capítulo… Tenho um olhar diferente para a minha história. Muito aprendizado até aqui.