Capítulo 11 — Antes feito do que perfeito

“Porque às vezes, o primeiro passo de fé é aceitar caminhar sem saber dançar.”

Por muito tempo, eu vivi como se o amor e a aceitação fossem prêmios reservados aos melhores.
Eu era a menina das notas altas, dos cadernos organizados, da responsabilidade exemplar.
A que nunca tirava uma nota vermelha, nunca ficava de recuperação, nunca deixava a bola cair.

Mas havia um preço alto por trás desse aplauso silencioso: o medo.
Medo de errar, de não corresponder,
de perder o amor se o resultado não fosse o primeiro lugar.
E o mais curioso é que, hoje, olhando para trás,
percebo que meus pais nunca disseram isso.
Nunca exigiram que eu fosse a melhor
eu é que cresci acreditando que só seria amada se fosse impecável.

O perfeccionismo me travou mais do que qualquer fracasso.
Quantas vezes eu quis tentar algo novo e desisti antes mesmo de começar,
porque não suportava a ideia de falhar no processo de aprender?
Evitei esportes, projetos, sonhos, amores — e até alguns chamados de Deus —
porque achei que só poderia me apresentar quando estivesse pronta.

Mas quem disse que Deus escolhe os prontos?
Ele não exige perfeição, Ele chama para o movimento.
E foi minha irmã quem me lembrou disso outro dia,
com uma frase simples, mas que ecoou fundo:

“Antes feito do que perfeito.”

E ali eu entendi que a obediência vem antes da excelência.
Que a graça de Deus preenche os espaços entre o meu esforço e o resultado.
E que o erro não é vergonha
é evidência de que estou aprendendo, crescendo, vivendo.

“A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.”
— 2 Coríntios 12:9

Reflexão Final ✨️
A perfeição é uma ilusão que veste roupa de zelo, mas aprisiona o coração.
Deus não quer performance, quer entrega.
Não quer que sejamos os melhores, quer que sejamos disponíveis.
Porque é no imperfeito que Ele mostra a Sua perfeição.
E, talvez, a obediência simples — mesmo trêmula — seja a forma mais bonita de fé.