“Entre o fazer e o ser, eu escolhi respirar.”
Durante muito tempo, eu carreguei pesos que não eram meus.
O peso de agradar.
O peso de ser aceita.
O peso de parecer perfeita
mesmo quando por dentro tudo desmoronava.
Fui a filha que não queria dar trabalho.
A amiga que não queria incomodar.
A profissional que dizia “pode deixar comigo”
mesmo quando o corpo gritava por descanso.
Eu me sobrecarreguei de expectativas que ninguém me pediu.
Fiz do desempenho o meu escudo
e do silêncio o meu esconderijo.
Enquanto sorria pra fora,
por dentro eu desabava — mas calada.
Porque eu achava que pedir ajuda era sinônimo de fraqueza.
E foi assim, tentando ser suficiente pra todos,
que quase deixei de ser pra mim mesma.
E há pouco tempo, assisti um vídeo sobre os golfinhos que me marcou muito.
Mesmo vivendo debaixo d’água, o golfinho precisa subir para respirar.
Se ele ficar tempo demais submerso, morre afogado.
Pensei: quantas vezes eu fiz isso comigo?
Afundei em tarefas, cobranças, comparações,
tentativas incansáveis de provar valor.
E esqueci de subir pra respirar.
Esqueci de pausar.
De largar o fardo.
De confiar que Deus não me pediu perfeição — só presença.
E então me lembrei de Marta e Maria.
Enquanto Marta se agitava tentando agradar Jesus com suas tarefas,
Maria apenas se sentou aos seus pés.
Marta fazia, fazia e fazia…
Mas foi Maria quem escolheu a boa parte.
A presença ao invés da performance.
O descanso ao invés da exaustão.
A comunhão ao invés da comparação.
Quantas vezes eu fui Marta,
querendo provar que merecia estar ali?
Quantas vezes deixei de ser Maria,
só porque estar quieta parecia pouco?
Mas o que Jesus disse a Marta ecoa em mim até hoje:
“Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas,
mas uma só é necessária.”
— Lucas 10:41-42
Hoje eu entendo:
a alma também precisa de ar.
De silêncio, de entrega, de descanso aos pés do Criador.
Jesus nunca disse que a jornada seria leve
Ele disse que o fardo d’Ele é leve.
O problema é que muitas vezes o peso que nos esmaga
não é o que Ele nos deu,
é o que nós escolhemos carregar sozinhos.
Reflexão Final ✨
Se você também anda sufocando por dentro,
suba pra respirar.
Solte o controle, o medo e o disfarce.
Não há amor em se anular.
Não há fé em tentar dar conta de tudo
sem deixar Deus cuidar de você.
Porque o fardo d’Ele é leve,
mas o nosso — esse que inventamos para merecer amor —
é que tem nos afogado.
E talvez o milagre que você mais precise hoje
não seja aguentar mais um pouco,
mas aprender a descansar.
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração;
e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.”
— Mateus 11:28-30