“Há bênçãos que só cabem em corações maduros, e o “não” de Deus, às vezes, é a forma mais amorosa de cuidado.”
Às vezes, eu paro pra pensar em como Deus é perfeito.
Ele não erra o tempo, não desperdiça dor e não antecipa bênçãos.
Tudo que Ele escreveu sobre nós já está desenhado desde o começo,
mas há coisas que só podemos receber quando o coração amadurece.
Eu olho pra trás e entendo que se Deus tivesse dito “sim” quando eu pedi,
talvez eu tivesse me perdido no próprio presente.
Meu coração ainda era imaturo, minha mente, inquieta.
E o Pai, com a paciência de quem sabe o que faz,
me deixou crescer antes de me conceder.
Nem tudo o que atrasou foi perda — às vezes, foi proteção.
Nem todo silêncio foi distância — às vezes, foi tratamento.
Porque Deus não desperdiça esperas: Ele as transforma em escolas.
Hoje, eu consigo ver que tudo o que vivi — inclusive o que doeu — fazia parte do processo.
As quedas, os “nãos”, os recomeços e até as escolhas erradas
me lapidaram para que eu pudesse sustentar o que Ele já tinha preparado pra mim.
E eu entendi: não era sobre conquistar logo, era sobre aprender a permanecer.
O devocional que li essa semana parecia resposta direta do céu:
“Há coisas que Deus escreveu sobre você que ainda não foram reveladas.
Enquanto você espera, Ele não está demorando — está te lapidando.
Porque o propósito que Ele colocou em você é grande demais
pra ser vivido com um coração imaturo.
Antes de te levar pro lugar que prometeu,
Ele te prepara pra não se perder nele.
Nem olhos viram o que Deus vai fazer através da sua história,
mas o céu já viu e está trabalhando em silêncio.”
E eu me peguei pensando:
Será que, se a resposta de Deus for “não”, a gente ainda continua adorando?
Será que ainda conseguimos agradecer, mesmo quando a porta não se abre,
o sonho não se cumpre e o amor não volta?
Porque, às vezes, o milagre é exatamente esse:
Continuar crendo quando Deus diz “não”.
Continuar adorando quando Ele silencia.
Continuar acreditando quando nada faz sentido.
A fé não é o poder de fazer Deus mudar de ideia —
é o poder de descansar na certeza de que a ideia d’Ele é melhor.
E eu entendi: o “não” de Deus também é amor.
É Ele dizendo: “Filha, ainda não. Eu não quero te perder nisso.”
É Ele blindando o coração daquilo que poderia afastar a alma.
Hoje, eu já não peço tanto por respostas, peço por discernimento.
Porque amadurecer é aprender a ver Deus mesmo quando Ele não faz.
É entender que o atraso é aula, que o silêncio é ensaio e que o tempo d’Ele
ainda que pareça demorado — é o único capaz de nos preparar para a eternidade.
“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram,
nem jamais penetrou em coração humano
o que Deus tem preparado para aqueles que O amam.”
— 1 Coríntios 2:9
E se você também está passando pelo processo de lapidação, eu te convido a fazer essa oração:
“Senhor, obrigada por não me dar tudo o que eu pedi,
porque agora eu vejo que o Teu “não” também é cuidado.
Obrigada por me fazer esperar, mesmo quando eu queria correr,
e por me ensinar que promessas imaturas viram prisões.
Se o tempo da lapidação ainda não acabou,
me dá paciência para permanecer no torno das Tuas mãos.
Que eu não reclame da espera, mas aprenda com ela.
Que eu não perca a fé quando o céu silenciar.
Que eu não busque atalhos, mas confie no caminho que o Senhor está traçando.
Lapida o que em mim ainda é pedra.
Amacia o que ainda é orgulho.
Que o meu coração seja terreno fértil
e não campo apressado.
Se a resposta for “não”,
que eu continue te adorando.
Se for “ainda não”, que eu continue esperando.
E se for “sim”, que eu tenha maturidade pra não me perder no presente.
Porque eu sei, Senhor,
que o Teu tempo é perfeito —
e o Teu propósito é eterno.”
Amém!
