Capítulo 44 — O Amor que vence o Medo e me chama a Servir

“Quando o céu me respondeu através de pequenos sussurros de amor.”

Nos últimos dias, Deus tem falado comigo de um jeito curioso.
Não foi em uma visão, nem em uma revelação grandiosa — foram fragmentos.
Versículos que apareciam de forma aleatória, imagens que surgiam na tela do celular, palavras que alguém enviava sem saber o quanto precisavam me encontrar.

No começo, parecia um amontoado de sinais desconexos.
Mas, quando parei pra olhar tudo junto, percebi que era um quebra-cabeça perfeito,
um recado que o céu vinha montando aos poucos.

O primeiro sussurro dizia:

“No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.”
— João 16:33

E logo depois veio outro:

“No amor não há medo; o perfeito amor lança fora o medo…”
— 1 João 4:18


E, no primeiro momento, pareciam peças que não se encaixavam,
como se falassem de mundos diferentes: um sobre dor, outro sobre amor.
Mas quando olhei o todo, percebi que elas tinham sentido.

Essas palavras me fizeram entender que Deus não queria apenas me consolar,
Ele queria me ensinar a confiar.
Porque o mesmo Cristo que venceu o mundo é o que me chama a vencer o medo
e só o amor é capaz de fazer isso.

Por muito tempo, eu vivi achando que precisava agradar a Deus pra ser aceita.
E, sem perceber, comecei a servi-Lo por medo de decepcioná-Lo,
quando o que Ele sempre quis foi que eu O amasse o bastante para permanecer.

Foi então que o último versículo apareceu — aquele que amarrou tudo:

“Porque sou Eu que conheço os planos que tenho para vocês…” — Jeremias 29:11

E eu entendi que, enquanto eu tentava ajeitar a vida com as minhas próprias mãos,
Deus só esperava que eu voltasse pra casa,
não como uma prisioneira que teme o castigo, mas como uma filha que confia no amor.

E quando achei que a mensagem tinha acabado, Ele me levou até Lídia.
Uma mulher simples, trabalhadora e vendedora de púrpura.
O texto dizia que “o Senhor abriu o coração dela para entender o que Paulo dizia.” — Atos 16:14-15

E eu entendi que é disso que Deus gosta — de corações abertos, não de mãos perfeitas.

Lídia usou o que tinha — sua casa, sua mesa, seu sustento — pra servir o Reino.
E foi como se Deus me perguntasse:

“O que você tem nas mãos que pode ser usado por amor?”

Talvez não seja púrpura, talvez sejam palavras, talvez seja tempo, escuta, cuidado.
Mas quando o amor é o motivo, tudo se torna oferta.

Foi aí que Mateus 6:19 ganhou um novo sentido pra mim:

“Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e onde os ladrões arrombam e furtam.”

Lídia era próspera — mas sua maior riqueza não estava nas vestes de púrpura,
e sim no coração rendido que ela entregou a Deus.

Ela entendeu que prosperidade não é o quanto se possui, mas o quanto se compartilha.
Não é o quanto se guarda, mas o quanto se oferece.

Prosperar é ser canal, não depósito.
É abrir as mãos para que Deus multiplique o que você tem — e usar isso para o Reino.

No fim, percebi que todos aqueles versículos formavam uma única resposta:
Deus não quer o meu medo. Ele quer o meu amor.

O medo obedece por obrigação.
O amor, serve por gratidão.

E esse amor é tão profundo, tão fiel, que me faz querer servir
não pra ser vista, mas pra ser útil.
Não pra merecer o céu, mas pra expressar a gratidão de quem já foi alcançada por ele.

Reflexão Final
O amor de Deus é o fio que costura os dias bagunçados até que tudo faça sentido.
E às vezes, o céu responde assim: em partes.
Mas quando o coração se aquieta e começa a juntar os pedaços,
descobre que cada versículo, cada dor e cada silêncio eram o mesmo recado disfarçado:

“Eu te amo — e é por amor que te ensino a servir.”

“Senhor, obrigada pelos Teus sussurros disfarçados de coincidência.
Obrigada por me mostrar que o Teu amor é constante,
mesmo quando o meu entendimento é pequeno.
Ensina-me a viver como Lídia — de coração aberto, com mãos generosas,
sabendo que verdadeira prosperidade é servir o Teu Reino.
Que eu aprenda a Te servir não por medo, mas por amor.
Que o que eu tenho — pouco ou muito — se torne instrumento nas Tuas mãos.”
Amém!

“Porque estou convencido de que nem a morte nem a vida,
nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes,
nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação

será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.”
— Romanos 8:38–39

Pamela Martins

“Cada testemunho compartilhado aqui conta um pouco de mim e muito de Deus.
Espero que aquilo que um dia me feriu, sirva de cura para quem ler, e que cada palavra escrita com dor, floresça em consolo, esperança e recomeço.”

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