“Às vezes, a ausência de aplausos humanos é só Deus garantindo que você escute a voz certa.”
Há descobertas que só florescem quando a gente obedece.
E uma das mais delicadas é perceber que nem sempre quem está perto está junto,
e nem sempre quem anda ao nosso lado, caminha com a gente de verdade.
Quando comecei a escrever e postar,imaginei que algumas pessoas vibrariam comigo.
Mas o que encontrei não foi torcida — foi silêncio.
Não o silêncio maldoso, nem o silêncio de quem torce contra.
Mas o silêncio distraído.
O silêncio apressado.
O silêncio de quem te abraça no domingo, mas passa pelo seu sonho na segunda como quem passa por um aviso pendurado na porta.
E Deus me fez entender uma verdade que dói, mas liberta:
Nem todo amigo faz parte da jornada — alguns fazem parte apenas da paisagem.
“O homem vê o que está diante dos olhos,
porém o Senhor olha para o coração.”
— 1 Samuel 16:7
E quando Ele olha para o coração, Ele revela o nosso também.
Porque antes de me entristecer com quem não me apoiou,
Ele me lembrou de quantas vezes eu também ignorei o sonho de alguém.
Quantas vezes eu fui a amiga ocupada demais,
a pessoa distraída demais, o coração apressado demais
para perceber que aquilo ali era importante para alguém que eu amava.
E foi nessa hora que entendi:
Antes de pedir apoio, Deus me chamava para ter empatia.
Antes de cobrar sensibilidade, Ele me chamava para exercê-la.
Antes de esperar a colheita, Ele me chamava a semear.
“Tudo quanto quereis que os homens vos façam,
fazei-lho também vós.”
— Mateus 7:12
Quando esse versículo caiu no meu espírito, pareceu que Deus estava me dizendo:
“Seja primeiro o que você deseja encontrar no outro.”
Se quero que apoiem meu chamado, eu apoio o chamado de quem está ao meu redor.
Se quero que valorizem meu propósito, eu valorizo o propósito deles.
Se quero que se alegrem comigo, eu me alegro com eles.
Não por troca.
Não por retorno.
Mas por obediência.
E então Deus falou comigo no canto mais quieto do meu coração:
“Filha, não espere dos amigos o que só Eu posso dar.”
E essa frase virou tudo de cabeça pra baixo — mas no melhor sentido.
Porque quando Deus me chamou para escrever,
Ele não disse: “Divulgue.”
Ele disse: “Obedeça.”
E o propósito que nasce da obediência não depende de plateia — depende da Presença.
O texto chega onde Ele quiser.
O episódio alcança quem Ele escolher.
A mensagem toca quem Ele designou.
E se Ele quiser, um capítulo meu aparece como anúncio para alguém assistindo um vídeo aleatório,
ou para alguém pesquisando sobre outra coisa, ou no meio da noite de alguém que nunca ouviu meu nome.
Porque não é o algoritmo.
É o Espírito.
“O vento sopra onde quer…”
— João 3:8
E quando o vento de Deus sopra, não há silêncio humano que impeça.
Não há falta de apoio que atrase.
Não há ausência que comprometa.
Propósito não se alimenta de aplausos.
Propósito se alimenta de direção.
E a minha direção não vem do engajamento — vem do céu.
Hoje eu entendo que alguns caminhos serão mesmo solitários.
Não solitários de abandono, mas solitários de propósito.
Porque às vezes Deus silencia as vozes humanas para amplificar a voz d’Ele.
Ele guarda o começo para que ninguém reivindique glória.
Ele esconde o início para que ninguém tente assumir autoria.
Ele protege o processo para que ninguém roube a semente.
E, às vezes, Ele faz tudo parecer impossível aos olhos humanos,
para que todos vejam — sem dúvida alguma — que foi a mão d’Ele quem fez acontecer.
E quando Ele quiser, Ele mesmo trará as pessoas certas.
E muitas vezes serão rostos desconhecidos — gente que Deus levanta no meio do caminho para ser resposta, cuidado, apoio e ponte.
Enquanto isso, eu sigo semeando.
Porque aprendi que, enquanto eu sou o rosto distante que apoia o sonho de alguém,
Deus prepara um rosto totalmente novo para me apoiar lá na frente.
Porque o bem volta, mas raramente volta pela mesma porta onde o entregamos.
Reflexão Final
Se o silêncio dos seus amigos doeu, lembre-se:
Não é rejeição — é seleção divina.
Mas isso não apaga o afeto.
Não desfaz o carinho.
Não elimina o amor.
Mesmo sem receber apoio, essas pessoas ainda são queridas, ainda fazem parte da sua história, ainda ocupam um lugar bonito no seu coração.
Porque amar não é uma resposta.
É uma ordenança.
É fruto de obediência e marca daqueles que seguem o Caminho.
E a maturidade espiritual é reconhecer que o amor que Cristo ensinou não se molda pela reciprocidade — se molda pela graça.
Então siga firme.
Siga obedecendo.
Siga amando.
Siga plantando.
Os aplausos não constroem o seu propósito — mas a obediência constrói.
E quem aprende a amar como Cristo amou… nunca caminha só.
“Nós amamos porque Ele nos amou primeiro.”
— 1 João 4:19