Capítulo 60 — As maravilhas que Ele fez em mim

“Quando o louvor deixa de ser sobre bênçãos e passa a ser sobre transformação.”

“Eu te louvarei, Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas.”
— Salmos 9:1

Por muito tempo, eu achei que esse versículo falava sobre contar bênçãos materiais — as portas que Deus abre, as provisões inesperadas, as conquistas, as vitórias que a gente corre pra testemunhar. Achava que “maravilhas” eram coisas que se podia tocar, ver, fotografar, postar.

Mas durante esse meu processo com Deus, eu descobri algo que mudou completamente a forma como eu leio essa palavra:
As maiores maravilhas de Deus não são externas — são internas.

Quando Davi escreveu esse salmo, ele não estava celebrando conquistas materiais.
Ele estava exaltando a justiça, a fidelidade e o caráter de Deus revelados na história dele
muitas vezes em meio a guerras, perseguições, dores e processos que ninguém entendia por fora.
Davi não estava contando vitórias… ele estava contando transformações.

E aí eu percebi que esse versículo nunca foi sobre listar benefícios.
Sempre foi sobre revelar cicatrizações.

Hoje, quando eu digo:
“Eu contarei todas as tuas maravilhas”, minha voz vem de outro lugar.
Vem do lugar onde Deus me encontrou quando ninguém viu.
Do lugar onde Ele mexeu nas partes mais sensíveis de mim — aquelas áreas que eu mesma tinha medo de tocar.

Porque, na verdade…
A maior maravilha de Deus em mim não foi uma porta aberta.
Foi uma ferida fechada.
Não foi uma conquista.
Foi uma libertação.
Não foi algo que Ele colocou na minha mão.
Foi algo que Ele tirou do meu coração.

E aí tudo fez sentido.

Eu comecei a ver as maravilhas de Deus não como resultados, mas como processos.
Não como troféus, mas como curas.
Não como milagres públicos, mas como reconstruções silenciosas.

E eu percebi que as maravilhas que realmente contam são aquelas que:
— me quebraram para me reconstruir;
— me curaram sem que eu percebesse o exato dia em que doeu menos;
— me libertaram de identidades que eu carreguei por anos;
— transformaram o meu caráter onde antes só havia sobrevivência;
— reacenderam meu espírito onde eu já tinha desistido de sentir;
— me ensinaram a depender de Deus quando eu só sabia depender de mim.

Hoje, quando eu olho pra minha história, eu vejo um Deus que:
me escondeu, não pra me punir, mas pra me preservar;
me silenciou, não pra me calar, mas para me alinhar;
me desfez, não pra me quebrar, mas pra me purificar;
me esvaziou, não para me diminuir, mas pra me encher dEle;
me desconstruiu, não pra me humilhar, mas pra me libertar.

E agora sim eu entendo:
As maravilhas que eu vou contar não são conquistas… são transformações.

Sobre o Deus que me quebrou e me refez.
Sobre o Deus que me educou no deserto.
Sobre o Deus que me alinhou pelo amor e não pelo medo.
Sobre o Deus que tirou o velho e plantou o novo.
Sobre o Deus que fez de cada cicatriz uma palavra que cura.

Eu sou a maravilha dEle.
Eu sou a obra que Ele está escrevendo — letra por letra, lágrima por lágrima, vitória por vitória.

E se um dia eu tiver que testemunhar algo… Que seja isso:
Ele me transformou por dentro.
E isso ninguém pode tirar, medir, imitar ou explicar.

Reflexão Final
Contar as maravilhas de Deus não é contar o que Ele deu, mas o que Ele fez.
É testemunhar o Deus que trabalha nos bastidores da alma, que costura o que ninguém viu rasgar.
É entender que a maior prova de amor dEle não está nas bênçãos, mas na transformação.

“Porque as maravilhas de Deus não são troféus. São cicatrizes que brilham.”

“Ele cura os quebrantados de coração e lhe ata as feridas.”
— Salmos 147:3

Pamela Martins

“Cada testemunho compartilhado aqui conta um pouco de mim e muito de Deus.
Espero que aquilo que um dia me feriu, sirva de cura para quem ler, e que cada palavra escrita com dor, floresça em consolo, esperança e recomeço.”

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