“O dia em que entendi que não existe checklist para o amor — existe apenas um lugar onde ele nasce: no coração de Deus.”
“Deleita-te também no Senhor,
e Ele te concederá os desejos do teu coração.”
— Salmos 37:4
Por muitos anos, quando alguém me perguntava o que eu procurava em um homem, eu respondia com a segurança de quem acha que já entendeu o próprio coração.
Eu tinha uma lista.
Eu tinha um padrão.
Eu tinha um tipo.
E tinha aquele “checklist” — personalidade, aparência, presença, estética e até um jeitinho específico de falar.
E durante muito tempo eu achei que isso dizia maturidade.
Hoje eu vejo: dizia carência.
Dizia tentativas humanas de preencher espaços que só Deus conseguiria alcançar.
Dizia traumas disfarçados de preferências.
Dizia uma menina tentando se proteger de dores antigas com filtros muito bonitos, mas muito rasos.
Mas um dia, Deus me chamou pro secreto.
Para o esconderijo.
Para aquele lugar onde Ele esvazia, cura, restaura e reconstrói.
Aquele lugar onde Ele nos silencia para nos reencontrar.
Foi nesse lugar — escondida dos olhares humanos, principalmente dos olhares masculinos — que Ele tratou o que eu não sabia dizer em voz alta.
Foi ali que Ele tocou carências antigas, dependências emocionais, feridas sentimentais, e tudo o que sempre foi alvo fácil do inimigo na minha vida.
Me recolhi sem resistência.
Me guardei sem medo.
Me deixei esconder, porque pela primeira vez eu tinha certeza de que Deus estava me preservando, não me isolando.
E quando alguém me perguntou recentemente:
“O que um homem precisa ter para você se apaixonar por ele?”
Eu travei.
Não porque eu não soubesse, mas porque eu percebi que a mulher que eu sou hoje não cabe mais na resposta da mulher que eu fui.
Passei dias refletindo.
Revisitando versões minhas que já não existiam.
Relembrando listas que já não faziam sentido.
Orando, pensando, anotando…
E então a resposta nasceu simples, cristalina, irrefutável:
Não existe mais um checklist, existe um único critério: Eu só me apaixono por um homem que ame mais a Deus do que a mim.
Porque um homem que coloca Deus em primeiro lugar – acima do ego, das vontades, da pressa, da vaidade – é o único capaz de amar alguém com a profundidade que o amor exige.
E não é romantização.
É Bíblia.
É verdade.
É propósito.
“Maridos, amem suas esposas como Cristo amou a igreja
e se entregou por ela.”
— Efésios 5:25
Um homem rendido a Deus não ama com intensidade emocional — ama com direção espiritual.
Não ama por necessidade — ama por obediência.
Não ama para se completar — ama para transbordar.
Não ama para possuir — ama para proteger.
E somente um homem assim, vai me enxergar com olhos espirituais, e não apenas emocionais.
Vai ver propósito onde outros só veriam presença.
Vai discernir chamado onde outros veriam conveniência.
Vai me amar como Deus acredita que eu mereço ser amada, com honra, entrega, responsabilidade e verdade.
Porque eu não preciso de um homem perfeito.
Preciso de um homem rendido.
Um homem cuja intimidade com Deus seja maior que qualquer charme, qualquer conversa bonita, qualquer química, qualquer presença física.
Um homem que antes de me escolher, consulte o Céu.
Que antes de me desejar, me respeite.
Que antes de me olhar como mulher, me reconheça como propósito.
Porque quem não ama a Deus acima de tudo
não sabe amar alguém além de si mesmo.
E eu não quero mais um amor que me tire da presença de Deus.
Quero um amor que me leve ainda mais pra dentro dela.
E foi nesse entendimento que finalmente me encontrei:
Eu não tenho mais padrões.
Eu não tenho mais biotipo.
Eu não tenho mais uma lista.
Eu tenho uma única direção:
Se ele não for guiado por Deus, ele não é pra mim.
E isso não é arrogância.
É sabedoria.
É cura.
É maturidade.
É segurança espiritual.
Porque agora, mais do que nunca, eu sei:
O amor que nasce na carne se esgota;
Mas o amor que nasce em Deus permanece.
E talvez, como eu, você também tenha passado tempo demais tentando encaixar alguém no molde que você mesma criou.
Talvez tenha confundido presença com propósito, atenção com afeto, intensidade com intimidade.
Mas existe um amor que não te tira da presença — te aproxima dela.
E esse amor não nasce de uma química, de um charme ou de uma estética.
Nasce de um coração que pertence a Deus antes de pertencer a qualquer pessoa.
O resto é só barulho.
O verdadeiro amor, aquele que cura e constrói, é sempre fruto de alguém que escolheu obedecer antes de amar.
“Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça,
e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.”
— Mateus 6:33