“O poço, a promessa e a ordem invisível que reorganizou minha alma.”
Nos últimos dias, algumas palavras me encontraram.
Não vieram como estudo planejado ou busca intencional.
Vieram como bilhetes do céu:
Um versículo que saltou, uma frase que ardeu, um pensamento que insistiu em ficar.
E eu, como sempre, anotei tudo no meu bloco “Eu comigo mesma”,
esse lugar onde guardo pistas de Deus antes que Ele me explique o mapa completo.
E depois de reler, orar e silenciar, percebi que todas estavam costuradas formando uma mesma linha de revelação:
O processo que Deus conduziu — e ainda conduz — dentro de mim.
A primeira palavra foi sobre separação.
Abraão precisou se distanciar de Ló para enxergar o lugar da promessa.
E eu entendi que existem afastamentos que não são rejeição: são proteção.
Deus precisou remover da minha vida ídolos silenciosos, muletas emocionais, vícios travestidos de rotina, controle disfarçado de fé… para que eu finalmente conseguisse caminhar onde Ele queria, não onde eu insistia em ficar.
“Levanta agora os teus olhos e olha … porque toda esta terra que vês, Eu ta darei.”
— Gênesis 13:14–15
Quando larguei o que me prendia, Deus liberou os caminhos que sempre foram d’Ele.
Mas não foi imediato.
Antes do palácio, veio o poço — como aconteceu com José.
E eu também me senti descartada, esquecida, sem luz no teto da alma.
E ali, no fundo, Deus me reposicionou.
“E o tomaram e o lançaram no poço; porém o poço estava vazio, não havia água nele.”
— Gênesis 37:24
Foi nesse lugar que Deus sussurrou:
“O que parece o fim, é o ponto exato onde o Meu propósito começa.”
E então Ele me lembrou de algo ainda mais profundo:
“Quando Deus te enxerga, Ele não vê o que você é hoje, mas o que Ele decidiu que você será.”
José ainda era o rejeitado, mas Deus já via o governador.
Eu ainda era a mulher ferida, mas Deus já me via curada e enviada.
E foi aí que o Espírito me trouxe este versículo como selo do que Ele estava fazendo:
“Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, honra e glória, na revelação de Jesus Cristo.”
— 1 Pedro 1:7
Porque o fogo não vem para destruir — vem para revelar.
E hoje eu entendo:
O poço foi fogo.
As separações foram fogo.
Os “nãos” foram fogo.
Mas o fogo retirou tudo que me impedia de brilhar no chamado que Deus já tinha escrito.
Depois, Ele me lembrou que eu não fui curada para guardar cura.
Então, veio Mateus 28:19 como uma convocação:
“Portanto, ide e fazei discípulos de todas as nações…”
— Mateus 28:19
E eu percebi que ao escrever e gravar, Deus me trata de novo.
A cada capítulo é como se Ele dissesse:
“Vamos voltar nisso, filha… Quero curar mais fundo.”
E então Colossenses 3:23 tomou forma real na minha vida:
“E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração,
como ao Senhor, e não aos homens.”
— Colossenses 3:23
Porque a motivação certa mudou mais a minha história que qualquer disciplina.
E por fim, Ele selou com esta oração prática:
“Faça-se tudo com decência e ordem.”
— 1 Coríntios 14:40
Porque a minha alma vivia acelerada, inquieta, exausta.
Mas quando Deus virou prioridade, o resto encontrou o seu lugar.
O dia rendeu.
A mente descansou.
O coração alinhou.
A vida fluiu como deveria.
E hoje, quando olho para o jardim que floresceu após o fogo, percebo que os frutos não são portas abertas, promoções ou conquistas visíveis.
São a paz que ninguém explica.
Curas que não cabem em boletim médico.
Identidade restaurada.
Fé provada e aprovada.
E propósito que floresce em terreno antes deserto.
E se isso é verdade pra mim, pode ser pra você também.
Talvez você esteja no ponto da separação.
Ou no fundo do poço.
Ou na etapa da prova.
Ou aprendendo a ensinar.
Ou reorganizando tudo por dentro.
Mas se você estiver nas mãos de Deus, pode respirar:
O mesmo Deus que me purificou no fogo,
vai provar, preservar e revelar a versão de você que o céu sempre enxergou.
Pode ser que hoje pareça fim, mas talvez seja exatamente… o início.
“Confia ao Senhor as tuas obras e os teus pensamentos serão estabelecidos.”
— Provérbios 16:3
