“Nem toda promessa floresce após a semente. Algumas só nascem depois da poda.”
Outro dia, eu li essa frase e tudo fez sentido dentro de mim.
Porque por muito tempo, eu achei que Deus tinha me chamado para “dar certo”.
Dar certo na vida.
Dar certo nos relacionamentos.
Dar certo nos planos.
Dar certo aos olhos de quem me via de fora.
Mas, olhando para a minha história com mais maturidade — e com mais temor — eu entendi algo que mudou tudo:
Deus não me chamou para dar certo. Ele me chamou para dar fruto.
E o fruto nem sempre vem depois da semente.
Na maioria das vezes, ele só vem depois da poda.
“Todo ramo que dá fruto, Ele poda, para que dê mais fruto ainda.”
— João 15:2
Mas a poda dói porque ela não tira apenas o que está morto, ela corta o que ainda está vivo.
Corta expectativas, projetos, sonhos que pareciam bons, caminhos que faziam sentido.
E, no momento do corte, quase nunca entendemos. Só sentimos.
Foi aí que eu aprendi a segunda verdade que hoje sustenta a minha fé:
Nem tudo faz sentido agora, mas em tudo há propósito.
Porque nada escapa ao governo de Deus.
“O Senhor dos Exércitos jurou, dizendo: Certamente, como planejei, assim acontecerá; e, como pensei, assim será.”
— Isaías 14:24
E antes que qualquer capítulo da minha história fosse vivido, ele já tinha sido escrito.
“Os Teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no Teu livro todas estas coisas foram escritas, as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia. E quão preciosos me são, ó Deus, os Teus pensamentos! Quão grandes são as somas deles!”
— Salmos 139:16–17
E foi quando eu finalmente entendi que não era eu quem escrevia os meus dias — mas Deus — que algo descansou dentro de mim.
Eu parei de lutar contra o processo.
Parei de tentar apressar respostas.
Parei de exigir explicações.
E foi nesse lugar de rendição que encontrei uma paz que o mundo não sabe explicar.
“Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as Suas misericórdias não têm fim;
renovam-se cada manhã. Grande é a Tua fidelidade.
O Senhor é a minha porção, diz a minha alma; portanto, esperarei Nele.”
— Lamentações 3:21–24
Ali eu compreendi, com clareza e sem romantização:
Nada era sobre mim.
Não era sobre meu sucesso.
Não era sobre minha prosperidade.
Não era sobre minhas expectativas frustradas ou realizadas.
Tudo era — e sempre foi — sobre o que Deus queria fazer em mim e através de mim.
As perdas não foram desperdício.
As decepções não foram castigo.
Os fracassos não foram o fim.
Tudo fazia parte de um processo necessário de restauração.
Deus estava reconstruindo a minha vida por dentro, para que, através dela, outras vidas também fossem restauradas.
Foi quando eu entendi que Cristo não me tirou de algo apenas para me livrar da dor, mas para me conduzir a uma vida nova e abundante.
“Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância.”
— João 10:10
E ao perceber que o que Deus havia reservado era infinitamente melhor do que tudo que eu vivi até então, renunciar deixou de ser perda.
Renunciar passou a ser escolha.
E viver segundo a vontade d’Ele se tornou o único caminho que fazia sentido seguir.
Atingir expectativas alheias se tornou dispensável.
O sucesso aos olhos do mundo perdeu o peso.
A validação externa perdeu a voz.
Porque agora eu sei:
O verdadeiro sucesso — aquele que o mundo nunca vai entender — é seguir sem desviar do caminho que leva a Cristo.
O único que conduz à vida abundante, real e eterna.
E após compreender isso, a paz que tomou meu ser e o vazio que foi preenchido me mostraram que, finalmente, eu estava no caminho certo.
E então a promessa se cumpriu em mim:
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”
— João 8:32
Porque eu finalmente entendi:
Eu não fui chamada para dar certo.
Fui chamada para dar fruto.
E hoje, mesmo que o mundo não entenda…
Eu descanso sabendo que estou exatamente onde Deus me plantou.