“Quando eu entendi que o meu corpo não era meu, eu finalmente parei de me oferecer para ser desejada e comecei a me guardar para ser amada.”
Por muito tempo, eu repeti o coro que o mundo canta:
“Meu corpo, minhas regras.”
E acreditava, de verdade, que isso era liberdade.
Eu escolhia, eu decidia, eu me oferecia, eu me moldava.
Entre quatro paredes, tudo era permitido — desde que ninguém saísse ferido.
Ou foi isso que eu quis acreditar.
Na prática, eu dizia “sim” quando, por dentro, tudo em mim pedia “não”.
Eu chamava de coragem o que, na verdade, era medo de não ser escolhida.
Eu chamava de entrega o que era só sobrevivência emocional.
E achava bonito chamar isso de maturidade.
Mas o que eu não percebia era que toda vez que eu oferecia o meu corpo para ser desejada,
eu silenciava a minha alma que implorava por ser amada.
Até que um dia, o Espírito Santo me encontrou entre um abraço e um constrangimento doce.
Ele não veio me acusar.
Não veio me envergonhar.
Não veio me punir.
Ele veio me lembrar.
Ele segurou o meu rosto por dentro e sussurrou:
“Filha, o seu corpo não é seu.
Eu habito nele.”
E essa frase não me aprisionou.
Ela me libertou.
Porque não é sobre controle.
É sobre pertencimento.
Se uma casa é alugada,
eu não derrubo paredes sem consultar o dono.
Então como eu alterava o templo onde Deus habita,
sem perguntar ao próprio Deus?
A verdade é que eu não sabia o valor do corpo que carregava.
Existem partes de nós que foram feitas para acolher
e partes que foram feitas para devolver.
E quando eu permiti que o que deveria proteger fosse invadido,
não era prazer.
Era dor fantasiada de afeto.
Era carência em forma de performance.
Era eu tentando provar que merecia permanecer.
Eu não estava sendo livre.
Eu estava sendo esvaziada.
E quanto mais eu cedia, menos eu me pertencia.
Mas quando Deus abriu meus olhos, eu entendi:
Não é que Ele não queira o meu prazer.
Ele só não quer que o meu prazer me destrua.
Não é que Ele queira me podar.
Ele quer me preservar.
Não é que Ele queira me limitar.
Ele quer me consagrar.
Porque prazer sem pacto é consumo.
E o amor que Deus sonhou não consome — edifica.
Não fere — cura.
Não usa — honra.
Hoje eu sei.
Meu corpo não é moeda.
Não é vitrine.
Não é argumento.
Não é prova de que eu valho algo.
Meu corpo é templo.
Lugar de Presença.
Meu corpo é altar.
Lugar de entrega que não me anula.
Meu corpo é habitação.
Deus mora aqui.
E onde Deus habita, não se negocia dignidade.
“Acaso não sabem que o corpo de vocês é templo do Espírito Santo,
que habita em vocês e lhes foi dado por Deus?
Vocês não são de vocês mesmas.”
— 1 Coríntios 6:19
“Pois fomos criadas em Cristo Jesus para boas obras,
as quais Deus preparou antes para que nós as praticássemos.”
— Efésios 2:10
Reflexão Final✨
Se você chegou até o fim deste capítulo,
talvez algo dentro de você tenha ardido.
Talvez tenha doído.
Talvez tenha trazido memórias.
Ou talvez tenha vindo apenas um silêncio —
um silêncio que não acusa, mas convoca.
Não existe culpa aqui.
Não existe condenação aqui.
Não existe dedo apontado.
Existe uma casa sendo limpa.
Um altar sendo reconstruído.
Um corpo lembrando quem ele é.
Santidade não é sobre perfeição.
É sobre voltar para casa.
E hoje, você está voltando, assim como eu voltei.
Por isso, se algo te tocou, eu faço um convite à uma Oração.
Se quiser, feche os olhos.
Respire fundo.
Sem pressa.
E ore assim — do seu jeito, com a sua voz:
“Senhor,
eu te entrego o lugar onde eu me esqueci de mim.
Eu consagro o corpo que Tu habitas.
Cura a forma como eu me toco,
como eu me vejo,
como eu me ofereço.
Ensina-me o prazer que nasce da Tua paz,
e não da minha carência.
Eu retorno para casa.
Eu retorno para Ti.
Amém.”
Não precisa sentir nada extraordinário.
A obediência já é um milagre.
E você, filha…
já virou o rosto na direção certa.
Apenas prossiga!
UAL!! A cada capítulo, sinto o fogo do Espírito Santo arder, para consumir tudo aquilo que impede de sentir por dentro quem somos e o valor que temos! Nada mais, nada menos que filhas do Aba Pai, do nosso Paizinho.
Jeane, que coisa linda de ler… ✨
É isso mesmo: o Espírito acende para consumir o que não é nosso:
o medo, a mentira, a comparação, a voz que tenta diminuir aquilo que Deus já afirmou.
Quando Ele queima, não é destruição, é purificação.
É Ele lembrando, bem baixinho e ao mesmo tempo em trovão:
“Vocês são Minhas.
Vocês têm nome.
Vocês têm valor.
Vocês têm Pai.”
Somos filhas — não por merecimento, mas por amor derramado.
Obrigada por caminhar comigo nessa jornada.
Que o fogo continue ardendo
não para nos consumir, mas para nos refazer por dentro. 🔥🌷
Que lindo já vivi muito isso ❤️